“Poluição Luminosa” - 3
A chamada luz intrusiva é um aspecto, entre outros, da poluição luminosa que produz efeitos negativos na saúde humana, no meio-ambiente (tanto na fauna como na flora) e ainda é uma energia que temos de pagar.
Mas afinal o que é a luz intrusiva? Este tipo de luz classifica toda a emissão desta que atinge zona ou zonas que não deviam receber qualquer tipo de luz artificial.
A má utilização da luz pública e de alguma privada está na sua origem.
Estando este tipo de luz (a luz intrusiva) descrita em textos publicados por entidades que distribuem e projectam iluminação pública parece não existir a respectiva correspondência nas aplicações práticas.
Vejamos um exemplo marcante. Quantos edifícios de habitação recebem nas suas fachadas durante todo o período nocturno luz da iluminação pública em que esta atinge o segundo, o terceiro, quando não o quarto andar?
Não sou projectista (mas estou atento) e não é difícil perceber que a excessiva altura dos postes de iluminação pública é um dos motivos dessa iluminação intrusiva que aliada ao ângulo de colocação dos lampadários e na forma construtiva destes, resulta na criação dessa luz intrusiva prejudicial e desnecessária.
Certamente que a tudo isto serão contrapostos aspectos técnicos de caracter relevante para mostrar que as coisas são como são, mas todos esses aspectos técnicos não ocultam o que está à vista de todos, a desnecessária e prejudicial luz intrusiva.
Artigos

Quando será que os poderes locais e regionais tomam em mãos e seriamente o tema “Poluição Luminosa”?



Pedro Gomes de Almeida
Astrónomo Amador e Gnomonista


“Poluição Luminosa” - 2
Segundo o dicionário de sinónimos da Porto Editora a palavra halo pode significar: auréola, fama, glória ou prestígio sendo contudo, neste caso, o mais apropriado é ter o significado de auréola.
Infelizmente o halo luminoso ou como lhe queiram chamar a auréola luminosa não tem nada de fama, glória ou prestígio mas antes pelo contrário é sinónimo de incúria humana.
Mas afinal o que é um halo luminoso, qual a sua origem e quais os seus efeitos negativos?
A existência do halo luminoso com origem na iluminação electrica pública e até privada é um fenómeno que encontramos cada vez mais não só nas Grandes Metrópoles, Cidades, Vilas e até já em pequenos Povoados.
Quando se instala iluminação pública em zonas habitadas ou não (caso das estradas) a falta de cuidado ou o desejo de “fazer figura” faz esquecer os efeitos negativos de determinado tipo de instalação e onde aparece por vezes a justificação de que é assim que está determinado nas normas. Atenção que em muitos casos só se lê nas normas o que interessa.
A instalação de Pontos de Iluminação Pública não está atenta à chamada luz emitida para o céu (sky glow) cuja maior parte se deve à luz emitida directamente para o céu pelas luminárias enquanto uma outra parte bastante diminuta é a emitida para o céu devido à luz dessas luminárias quando reflectida por diversas superfícies.
Portanto o tipo de luminária instalada com ou sem para-sol, com superfície plana transparente de fecho ou superfície abaulada, a posição angular da mesma, alem da altura dos chamados postes nos quais a luminária é colocada resultam num conjunto de factores que não sendo convenientemente ponderados produzem grandes efeitos na ampliação desmesurada do halo luminoso.
O halo luminoso é o resultado da radiação luminosa que é enviada para o céu e que ao atingir poeiras e gotículas em suspensão no ar produz um “chapéu luminoso” o halo que impede avisão do céu nocturno.
Veremos em breve os efeitos negativos do halo e que entre outros para já é: quanto estará a custar a cada um de nós a energia-enviada para o espaço.
Artigos

Pedro Gomes de Almeida
Astrónomo Amador e Gnomonista


“Poluição Luminosa” - 1
Afinal o que é a “Poluição Luminosa?” De uma maneira geral entende-se por Poluição Luminosa a introdução de luz artificial em zonas ou espaços que de uma maneira natural estão isentos de qualquer luz durante períodos mais ou menos regulares como na sucessão dos dias e das noites.
Durante centenas e centenas de milhares de anos, desde que o Homem iniciou a “ocupação” do planeta Terra que este se organizou tendo a natural sucessão dos dias e das noites como o regulador da sua vida biológica, pessoal ou colectiva. Já o mesmo não se poderá dizer desde que a utilização da iluminação de origem eléctrica ficou disponível a qualquer momento e em qualquer local.
É pois neste último século e meio que a iluminação artificial de origem eléctrica teve um desenvolvimento tão vertiginoso e descontrolado que somente nos últimos 20 ou 30 anos o Homem se deu conta dos perigos enormes que a proliferação sem controlo e sem regras da iluminação eléctrica está a produzir.
Os efeitos nefastos da Poluição Luminosa estendem-se por vários campos da vida do Homem e do Planeta, não obtendo a devida atenção dos Poderes Políticos e da população em geral para esses efeitos negativos.
Na Saúde, Biodiversidade e nos Gastos Inúteis de energia, entre outros, são aí os problemas negativos mais notórios da Poluição Luminosa quer sob a forma de Halos, de Intrusão ou de Luz Ofuscante.
Estes e outros aspectos ligados à Poluição Luminosa irão ser abordados em próximos artigos.

Pedro Gomes de Almeida
Astrónomo Amador e Gnomonista


Estar atento
Sob esta rúbrica O tema de hoje serão abordados assuntos diversos que cada vez mais (no meu entender) devem estar presentes nas preocupações de todos.
Foi, em especial, a partir dos meados do século XX que uma grande parte da população mundial sentiu os efeitos benéficos do desenvolvimento conseguido a todos os níveis e em que a evolução tecnológica foi o seu principal motor. Foi certamente a utilização dos combustíveis fósseis, carvão, petróleo e gás natural que permitiram esse desenvolvimento.
É contudo a sua utilização intensiva mas também excessiva que deles foi e está a ser feita que levou a que neste início do século XXI se comece a ver o chamado “reverso da medalha” cuja imagem dos efeitos nefastos é cada vez mais nítido.
Poderão os mesmos e de imediato não parecerem preocupantes mas sê-lo-ão em breve e quando o forem de uma forma mais visível a afectarem o Homem poderá ser difícil ou já muito tarde para se reverterem os seus efeitos nocivos.
Estou a falar, de entre outros, da Poluição Luminosa, da Qualidade da Água Potável, da Biodiversidade, do Ordenamento Florestal, da Desertificação Humana,….etc.
As soluções para os problemas que estes temas levantam estão certamente em todos nós e dependentes dos nossos pequenos contributos mas também da pressão que possamos exercer sobre os decisores que tardam em dar resposta adequada a esta quase emergência global.
A publicação de pequenos textos sobre estes temas tem como finalidade alertar para o que podem parecer aspectos menores ou inofensivos na vida do Homem mas que serão certamente decisivos para a sobrevivência deste, nesta casa comum a que chamamos Planeta Terra.
Pensar seriamente sobre eles é já um pequeno passo para as respectivas soluções.

Pedro Gomes de Almeida
Astrónomo Amador e Gnomonista